Literatura de casa de banho

Olá a todos, inclusive aquele rapaz que costuma ter um bocado de frango assado encravado nos dentes. Hoje venho falar-vos de uma arte, uma arte em vias de se extinguir. Aquilo a que Ricardo Araújo Pereira chamou de literatura de casa de banho.

-Hoje em dia as pessoas vão à casa de banho para fazer as suas necessidades! Isto só em Portugal!

Diz-me Cláudio Tiago, um especialista e escritor de literatura de casa de banho. Com uma lista de obras magnificas, como a que se encontra na casa de banho da Repsol na A2, sentido Norte-Sul, e que contém as espantosas palavras “A Sandra anda com todos”. Palavras que ficam no ouvido.

Mas a realidade magoa, os portugueses já não se interessam por esta leitura, que se caracteriza por ter palavras que deixam-nos a pensar o resto da viagem. Palavras do género, “O Fausto apanha por trás”, “Hugo loves Filipe” ou ainda “O João Gualter é rabeta” estão a desaparecer das casas de banho de todas as estações de serviço do país. Até mesmo o nosso mais famoso escritor de casas de banho acha que agora se andam a escrever palavras sem qualquer sentido de reflexão. “Os inigualáveis números de telefone que via-mos há uns anos em todas as bombas de gasolina estão a desaparecer, inclusive já não encontro o número da Joana Renata, que se deslocava a hotéis, em nenhuma estação de serviço. É uma vergonha!” Afirma Cláudio Tiago.

Será que estamos confinados a um mundo onde deixaram de existir escritores de casa de banho? Será que existem mesmo empregadas contratadas para apagar os vestígios desta arte?

Será que a minha mãe já me lavou as cuecas que ficaram gravemente sujas após um pum que dei na Terça-feira?

O Coiso